Toda a gente defende uma ditadura. Conscientemente ou não, activamente ou por inércia conformista, todos participamos na luta dialéctica em favor de um dos pólos ditatoriais. Após o feudalismo a sociedade dividiu-se em dois grandes grupos: a burguesia e o proletariado. Duas classes sociais inerentemente conflituantes por terem necessidades vitais antagónicas. Do domínio de uma classe social sob a outra, surge uma de duas coisas: uma ditadura do capital ou uma ditadura do proletariado. Se no passado a ditadura do capital negou o feudalismo e criou o capitalismo, entretanto a burguesia passou de progressista a conservadora, quer ela imponha-nos a sua ditadura sob as rédeas de um regime formalmente democrata ou abertamente fascista. Agora, no nosso momento histórico, cabe ao proletariado negar o capitalismo e criar a futura nova sociedade. Defender a ditadura do proletariado é defender o fim das ditaduras. Pois, seja qual for as formas que apresentar, usualmente referida como uma democracia avançada ou participativa, a ditadura do proletariado é o motor da história que trilhar-nos-á a uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem. Somos todos culpados. Cada um de nós é ainda antes de nascer um produto social, e estamos todos sob uma torrente de decisões políticas de ancestrais e contemporâneos nossos. Não há como fugir a isto. Quer um indivíduo assuma a sua cidadania, ou se julgue apolítico, conscientemente ou não, ele apoia uma das duas ditaduras de classe.
1 comentário:
Dantes, aí pelos anos 60, eu diria que este é o texto típico para assustar o burguês
hoje, ele assusta a classe média
que, como sabemos, é uma classe inventada pelo marketing para conforto do pequeno burguês
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