Demorei a compreender porque me perturbou tanto. Passei a manhã inteira a ouvir e a ler sobre ele, a ultrapassar este desaparecimento. Morreu Charles Haden!
Na noite anterior tinha lido isto, mas não me apercebi...
Há muito que era o baixista que me desafiava mais no Jazz, sem compreender se gostava ou não dele, se me tocava realmente ou apenas me fazia confusão. Seu estilo decidido e imparável, mesmo quando nas músicas mais calmas e composições de toque evidentes, havia algo que achava não bater certo... era uma tensão constante, um flutuar tenso pela harmonia sempre com o entoar decidido e imparável do baixo de Haden.
Há tempos percebi que ele era o branco que tocava nos álbuns do Ornette Coleman! Ouvia-os sem saber quem ele era, ignorando a sua importância. Frenéticos. Esses álbuns ajudam-me agora a compreender o que me fazia confusão em Haden. Vejo um bocado os baixistas de Jazz como aqueles que fazem de corda e rede em simultâneo para a banda passar, mas Haden não era rede, e se fosse corda ela estaria bamba. Se a banda quisesse sobreviver à queda teria voar ou cair com ele, e arriscavam-se a ser embrulhados numa luta de vai ou racha. Mais ou menos isso.
Só agora, que morreu, é que percebi o valor que me tem. Ainda por cima, ele tem uma das histórias mais fascinantes relativamente à história do Jazz em Portugal...
Há tempos percebi que ele era o branco que tocava nos álbuns do Ornette Coleman! Ouvia-os sem saber quem ele era, ignorando a sua importância. Frenéticos. Esses álbuns ajudam-me agora a compreender o que me fazia confusão em Haden. Vejo um bocado os baixistas de Jazz como aqueles que fazem de corda e rede em simultâneo para a banda passar, mas Haden não era rede, e se fosse corda ela estaria bamba. Se a banda quisesse sobreviver à queda teria voar ou cair com ele, e arriscavam-se a ser embrulhados numa luta de vai ou racha. Mais ou menos isso.
Só agora, que morreu, é que percebi o valor que me tem. Ainda por cima, ele tem uma das histórias mais fascinantes relativamente à história do Jazz em Portugal...
Até amanhã, camarada!
1 comentário:
Só morrem os mortos que deixarmos morrer...
Podes crer!
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