Interessei-me por este assunto porque a mecânica, tem em mim, um efeito de fascínio, de encantamento que remoinha em cantos obscuros da minha consciência. Para mim, é extraordinária esta capacidade humana de analisar os fenómenos da realidade, de as teorizar e de as materializar em algo manipulável.
Os autómatos de Jaquet-Droz nasceram num contexto muito próprio: na época, aceitava-se como válido o pensamento mecanicista. Acreditava-se que todos os sistemas podiam ser reduzidos à teoria da Mecânica. Hoje sabe-se que o real não obedece integralmente às formulações mecanicistas, contudo, a ideia, mesmo que estivesse errada, permitiu desenvolver um conjunto de princípios que continuam válidos e que servem de base a teorias actualmente empregues.
É possível estabelecer uma ligação entre a forma mais simples de autómato até ao supercomputador da actualidade, e nessa ligação que se estabelece, teremos um breve resumo do pensamento do ser humano e da relação que foi evoluindo com o meio que lhe rodeia.
O que me inspira é o potencial ainda por descobrir desta espécie a que nós pertencemos, e tenho esperança que todo esta capacidade esteja, um dia, ao serviço de uma transformação positiva do real.
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